Lay’s lança nova identidade visual global após quase 100 anos de história

A nova identidade visual da Lay’s busca reforçar a jornada da batata: desde o plantio nas fazendas até o momento de consumo. O reposicionamento pretende aproximar a comunicação da marca de suas raízes agrícolas e evidenciar seu compromisso com ingredientes de qualidade.

O desenvolvimento ficou sob responsabilidade do time interno da PepsiCo Design & Innovation.

O que mudou no logo e nos elementos visuais

• Logotipo refinado: O sol amarelo e a fita vermelha — elementos icônicos da marca — permanecem, mas com traços mais limpos e ângulos ascendentes, simbolizando aspiração e crescimento.

• Raios Lay’s: Os feixes de luz que saem do sol no logo ganham destaque visual para reforçar a conexão com a natureza e o brilho que impulsiona os ingredientes.

• Tipografia personalizada: A marca estreia uma fonte própria, que une modernidade e alegria, reforçando a consistência em todos os pontos de contato.

• Paleta de cores mais rica: Além do amarelo característico, entram tons terrosos que remetem à madeira, ao solo e aos ingredientes naturais.

• Fundo e cenografia: Ingredientes aparecem sobre ripas de madeira (lembrando caixas de fazenda) e ambientes rústicos. As fotografias de alimentos são vivas, valorizando textura, cor e sabor — tudo alinhado à ideia de autenticidade.

Brasil: simplicidade e autenticidade como pilar

No Brasil, a Lay’s já vem reforçando sua simplicidade com campanhas como “Só 3 ingredientes: batata, óleo e sal”, trazidas por produtores rurais reais. Essa comunicação fortalece a confiança do consumidor ao mostrar a origem e o processo por trás do produto.

Atualmente, a marca colabora com 25 produtores em seis estados e integra um programa global de agricultura regenerativa, atuando em cerca de 1,4 milhão de hectares — iniciativa que agora também permeia o visual e a narrativa da marca.

Por que essa mudança importa?

1. Coesão global: o novo visual fortalece a consistência da marca Lay’s em diferentes países e culturas.

2. Conexão emocional: ao valorizar origens e ingredientes reais, cria-se um vínculo mais genuíno com o consumidor.

3. Diferenciação visual: em um mercado saturado de rótulos, o design reforça atributos sensoriais e naturais.

4. Sustentabilidade percebida: ambientes visuais que evocam terra, madeira e luz reforçam o compromisso com práticas mais limpas.

Do ponto de vista de quem trabalha com branding, comunicação e marketing, vejo essa renovação da Lay’s como um movimento estratégico bem acertado — especialmente em tempos em que os consumidores valorizam transparência, autenticidade e conexão com a origem dos produtos.

Tecnicamente:
• A manutenção de elementos icônicos (sol, fita, cores) garante continuidade de marca, essencial para não perder vínculo com a base leal de consumidores.
• A tipografia personalizada e os ângulos ascendentes são escolhas que trazem frescor sem romper drasticamente com o passado.
• A paleta e os cenários rústicos ajudam a contar visualmente a história da batata, tornando o pacote quase “um storytelling visual”.
• A fortificação da identidade global dá robustez para a marca competir de igual para igual em diferentes mercados.

Por outro lado, os desafios:
• A implementação local precisa ser sensível às preferências regionais — aquilo que “conecta” nos EUA pode não repercutir da mesma forma no Brasil.
• Em função da inovação visual, haverá custo de adaptação — embalagem, materiais de ponto de venda, comunicação digital etc.
• Existe sempre o risco de “excesso de naturalidade” virar clichê visual se muitas marcas forem pelo mesmo caminho.

• A implementação local precisa ser sensível às preferências regionais — aquilo que “conecta” nos EUA pode não repercutir da mesma forma no Brasil.
• Em função da inovação visual, haverá custo de adaptação — embalagem, materiais de ponto de venda, comunicação digital etc.
• Existe sempre o risco de “excesso de naturalidade” virar clichê visual se muitas marcas forem pelo mesmo caminho.

Essa renovação da Lay’s reflete um movimento mais amplo dentro do setor alimentício: a busca por produtos que transmitam mais verdade, naturalidade e confiança. As marcas estão percebendo que o consumidor atual não quer apenas sabor — ele quer saber de onde vem o que está comendo, quais são os ingredientes e qual é o impacto disso no seu bem-estar e no planeta.

O design, nesse contexto, se torna uma extensão dessa transparência. Embalagens mais limpas, narrativas que destacam a origem e ingredientes mais simples são parte de um reposicionamento que vai muito além da estética — é uma resposta estratégica ao novo perfil de consumo, mais consciente e exigente.

Estamos vendo uma transição clara de produtos altamente industrializados para versões mais honestas, naturais e alinhadas ao estilo de vida do cliente contemporâneo. E, quando o branding acompanha essa mudança com autenticidade, como no caso da Lay’s, o resultado é uma marca que se mantém relevante sem perder sua essência.